Quem faz um consórcio pode utilizar até 100% do saldo da sua conta do FGTS para ofertar lance. Entenda
Aos 29 anos, o engenheiro Carlos Santana não tem pressa para sair da casa dos pais. Mas, o conforto não indica acomodação. Há um ano, ele decidiu entrar em um consórcio para conquistar o sonho da casa própria.
Jovens já são 19% dos contratos de consórcios em todo Brasil (Foto: Divulgação)
“Demora um pouco mais para receber a casa no caso de um consórcio. Como não quero sair da casa dos meus mais nos próximos anos, consigo pagar as prestações do consórcio sem problemas”, comenta.
Carlos não está sozinho. Pesquisa realizada pela Quorum Brasil a pedido da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac) indica que pessoas com idades até 29 anos representam, atualmente, 19% dos contratos de consórcios no país.
O sistema de venda de consórcios existe no Brasil desde os anos de 1950. Segundo dados da Abac, no primeiro trimestre de 2014, 5,87 milhões de pessoas tinham consórcios no Brasil. Não há dados por estado.
O presidente da Abac, Paulo Rossi, explica que quando o assunto é a compra de imóvel por consórcio, os homens casados e sem filhos formam a maioria do público com o interesse na compra dessa forma.
“71% das pessoas que fazem consórcios dos imóveis são do sexo masculino. Desses, 82% são casados. Além disso, 53% do público que adquire o bem por essa forma de compra não tem filhos”, destaca o presidente da associação.
O diferencial da compra do consórcio é o planejamento. Geralmente, ele é indicado para quem não tem necessidade imediata em fazer a mudança – já que é necessário aguardar os sorteios para conseguir a carta de crédito para pagar (uma parte ou o total) do imóvel.
Quando se compra um imóvel pelo consórcio acontecem sorteios, promovidos por empresas que administram os consórcios, onde os consorciados são contemplados para receber as cartas de crédito.
A carta de crédito funciona como uma ordem de faturamento emitida pela administradora, com a qual o consorciado irá adquirir o imóvel de sua escolha. O valor das prestações e do crédito é atualizado a cada período de 12 meses, contados a partir do mês da assembleia de inauguração do grupo, com base no índice de reajuste do contrato.
“As pessoas que querem comprar um consórcio imobiliário têm o interesse em fazer essa aquisição de um bem a longo prazo. Identificamos, por exemplo, que 61% das compras de imóveis são planejadas. E com um consórcio não pode ser diferente. Uma pessoa não acorda de um dia para outro e decide ‘do nada’ comprar a cota em um consórcio. É preciso planejar”, diz Rossi.
Segundo a Abac, por se tratar de autofinanciamento em que os recursos são gerados pelo próprio grupo, o consórcio é a modalidade mais econômica de aquisição de um imóvel.
“Temos conhecimento de muitos casos de pessoas que fazem a compra por consórcio para investimento. Hoje, no Brasil, inclusive, investir em imóvel por consórcio é a terceira maneira escolhida pelos brasileiros para direcionar seu dinheiro. Mas, também, há muitas pessoas que compram por consórcio já no primeiro imóvel”, destaca o presidente da Abac.
O economista Claudio Fontes explica, porém, que antes de decidir comprar o imóvel por essa forma é fundamental que o interessado consulte a idoneidade da empresa administradora. “Isso evita prejuízos a longo prazo para não perder dinheiro”, alerta.
Quem faz um consórcio também poderá utilizar até 100% do saldo da sua conta do FGTS para ofertar lance, desde que apresente o extrato do Fundo de Garantia à administradora do consórcio. Por exemplo, se o consorciado possuir um consórcio cuja carta de crédito é de R$ 110 mil e quer adquirir um imóvel no valor de R$ 140 mil poderá sacar R$ 30 mil da conta do FGTS para complementar seu crédito.
Fonte: Jorge Gauthier/Site Correio (BA) – 18/05/2014